Tuesday, November 01, 2016

Tricks and treats.

















Então eu estou me sentindo um fracasso enquanto blogueira porque não postei praticamente nada sobre o outono e o halloween; outubro foi um mês virado na quinta velocidade por aqui e fui relapsa, I beg forgiveness. Irei despejando aqui aos poucos as fotos/histórias; fui a muitos passeios pela cidade com minha câmera, fui a tantos outros pelo interior (as fotos acima, exceto a primeira, são de uma manor house que visitei quando estive em Derby), comi em muitos restaurantes/cafés deliciosos, inaugurei a temporada de velas perfumadas/longos banhos de banheira com música, terminei projetos que estavam emperrados e sem sair do lugar há tempos e comecei outros daqueles que te fazem se beliscar para acreditar que não é sonho. Houve alguns problemas, mas muitos outros foram solucionados; acho que na reta final o ano finalmente resolveu andar pra frente.

Entre as partes chatas incluo a estadia da sogrette, que dessa vez resolveu fazer a sincerona e me chamar de “egoísta” na cara dura porque não quero ser mãe - entre outras microgrosserias que, acumuladas, tornaram a estadia dela insuportável. Jamais impedirei meu marido de receber a própria mãe (afinal ele sempre recebe meus pais tão bem) mas não tenho interesse em estar por perto de uma pessoa sem papas na língua (“vantagens de ser velho”, dizem) e ser obrigada a ouvir comentários racistas, machistas, gordofóbicos e ser criticada por conta do meu estilo de vida. Ela provavelmente fala mal de mim com a outra nora - e eu sei disso porque ela fala mal dessa nora pra mim, quando está aqui. Essas visitas só acontecem 2 vez por ano, quando a véia vai e volta das férias de verão na terra natal (ela é finlandesa). Como moramos mais perto do aeroporto nós a hospedamos por umas duas noites pra que ela descanse do vôo e possa pegar o ônibus para casa. Acho válido, belo e moral, mas não quero estar por perto da próxima: fico na casa de amigos ou alugo um Airbnb, porque “ser obrigada”: não trabalhamos.







Outra parte chata foi ter visto o gatinho bengal parando de comer e ficando letárgico. Assustada depois do que passamos com a Chantilly eu sugeri que respectivo o levasse no veterinário a fim de ler o microchip e descobrir o dono (ninguém atendia no número de telefone que ele tinha pendurado na coleira). Microchip lido e dono identificado, ficamos sabendo que o gato já tem 14 anos (eu nunca imaginaria) e problemas renais e hepáticos. O dono disse que ia levar no vet da família e dar notícias, mas as notícias nunca vieram. Belo dia o gato aparece na minha porta, pele e osso. Eu o deixo entrar, mas decido ligar pro dono anyway porque ele poderia estar em tratamento/sendo medicado, e sabendo agora o que sei, eu não poderia mais alimentá-lo. O dono veio buscar o bichano, disse que o gato “escapou” de casa (e veio direto pra minha; I wonder why…), foi super seco quando respectivo tentava dar dicas, respondia tudo com “tá, tá”, foi saindo logo e disse que o gato “já tinha vivido mais do que eles esperavam”. Fiquei com uma péssima impressão que pode não corresponder à realidade, mas também pude ver que dinheiro ajuda MUITO, mas não é tudo. Eu espero que ele fique bem ou que não sofra quando chegar a sua horinha de ir.

Fechando a tampa do inventário de bruxas de outubro: apesar de ser bem auto suficiente, me sentir esgotada depois de um certo nível de interação social e preferir fazer as coisas sozinha (introvertida clássica) eu fico meio confusa quando sou vítima de desfeitas que penso não merecer. Por outro lado consideração, afeto e amizade são coisas que a gente não força ou exige - elas acontecem ou não. Mas hoje em dia acho que não tem tanto a ver com “fazer por merecer” mas com passar a imagem correta (ainda que fake). Antes eu acreditava que, sendo eu o denominador comum, o problema só podia estar comigo. Agora acho graça dessa idéia e me recrimino por ter pensado assim, assumindo uma culpa que sei que não é minha. A gente vive dizendo que a humanidade não deu certo e que as pessoas são horríveis, right? E a teoria se comprova na prática toda vez que a gente sintoniza a TV no noticiário ou despenca na seção de comentários dos portais de notícia. Então ser rejeitado por 90% da raça humana só pode significar coisa boa? :) E quantas vezes você viu gente que age de forma pouco ética com você e com os outros (falando mal pelas costas, sendo desnecessariamente cruel, manipulando pessoas para se afastarem por ciúme/insegurança, se esbaldando no body shaming, etc) mas que coleciona amigos e mensagens de feliz aniversário nas redes sociais (muitas vezes vindas dos pobres coitados que você já ouviu serem criticados)? Ser legal nunca foi requisito para ser popular. Você só precisa passar a vibe certa. As melhores pessoas que já conheci na vida sempre tiveram poucos amigos - respectivo sendo um bom exemplo.





E esse foi o meu display/macumba de halloween 2016. Risos. Pensei em fazer uma mini festinha em casa mas não tive tempo de planejar; acabei usando parte das decorações para fazer esse “altar” de outono/equinócio/colheita/all hallow’s eve, tudo junto e misturado. Ficou num canto da varanda, evoluindo com cada nova adição e juntando poeira e teias de aranha - so authentic. :) Eu adoro a parte terror/slasher movie do halloween, mas por algum motivo acho meio excessivo encher a casa de teias de aranha, almas penadas, caveiras cheias de sangue e membros decepados. Fica ótimo em festas/decoração de lojas, mas pro dia-a-dia doméstico eu curto mais um estilo seasonal/harvest - muuuitas abóboras (sem tanto carving), folhas amarelas, berries vermelhinhas, galhos pelados… E alguns esqueletos sim, mas na elegância e suavidade - pegando o conceito “hoe, but make it fashion” da inesquecível Tyra em ANTM.







Os olhos da caveira acendem. Quero usar como abajur all year long: Y/Y



Look! A rat! E eu estou in love por essa corujinha preta, quero tirar a pilha nunca mais.



Orgulho das teias de aranha do meu display, todas 100% verdadeiras. Algumas sendo improvisadas no momento pelas pequenas artistas e outras velhas e empoeiradas, coletadas por mim. Agradecimentos às centenas de aracnídeos que ocuparam minha casa o verão inteiro; finalmente foram úteis. :)



E o orgulho também da minha pequena virginia creeper verdadeira que foi amarelando aos poucos e perdendo folhas em tempo real; um pedacinho do outono indoors:



No domingo pré-halloween fui passear em Epping e achei esse lindo galho de carvalho já amarelinho. Foi devidamente incorporado à macumba:



O que mais teve: comida, claro. Sem chance dar açúcar para as crianças alheias e não rolar nada pra mim. Eu tinha comprado corante preto para fazer cupcakes, mas a preguiça + falta de tempo venceram e acabei me entupindo de french fancies em edição especial de halloween (esses montinhos em cima sempre me lembraram covas) com direito a cruz; os ossinhos ensanguentados foram o toque final de creepyliciousness.











Ontem eu passei numa Poundland por volta das cinco da tarde, em pânico porque pensei que ia faltar doce, e esbarrei no momento em que o staff casualmente removia a decoração da loja. Teias de aranha fake e caveiras de glitter sendo arrancadas da parede e enfiadas de qualquer jeito em carrinhos de supermercado junto com as fantasias, doces e enfeites que não foram vendidos. Vibe total de fim de festa. Fiquei melancólica. Peguei dois saquinhos de Haribo e pirulitos, joguei na cesta e me encaminhei para o caixa, deixando pra trás prateleiras sendo esvaziadas de gatos pretos e abóboras e se enchendo instantaneamente de papais noéis, festão e pisca-pisca.

Hello november. October will be missed, but we must look forward.
Countdown to the second best time of a year that’s going too fast.



p.s.: sobrou uma cacetada de doces. vou guardar pro ano que vem.
p.s.2: doce de cosme e damião >>>>>>>>>>>>> doce de halloween.
p.s.3: as crianças estavam uma graça. o winner do meu concurso particular foi um captain america de uns 2/3 anos que berrou “tick o teeeeeeet”, foi entrando casa adentro (a mãe teve que segurar pela fantasia), pegou 3 doces depois que a mãe disse “só um” e perguntou se eu tinha bolo.
p.s.4: pedi doces na minha própria casa e assei marshmallows numa vela perfumada. ficaram uma delícia e o cheiro estava on point, thanks for asking.

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