Wednesday, November 03, 2021

Coping Mechanisms

 

Eu não planejei sumir durante todo o mês de Outubro – but well, life happened. Ou melhor, didn’t. Estive e estou envolvida com um monte de modificações na casa, só que nenhuma delas foi concluída e por isso fiquei sem ter como fazer um post demonstrativo. Também estive triste e borocoxô, o que é raro. Como boa introvertida, capricorniana e INTJ eu nunca estou ligada no 220v da efusividade – mas em compensação racionalizo tudo e nunca estou infeliz sem que haja um motivo bastante claro e específico, que logo tratarei de resolver pra ficar zen novamente. Esse estado de contentamento tranquilo é o meu default. É nele que eu sei existir no piloto automático.

Ocorre que os motivos claros e específicos do momento não são de fácil resolução. Alguns eu nem mesmo estou certa de que sei o que são. Isso é inédito pra mim. E eu não gosto de ineditismos. Já estou velha demais pra lidar com a vida tentando ser original.

O ritual de “trocar de guarda roupa” (guardar os trapos de verão no sótão e descer de lá os casacos de inverno) marca a mudança das estações. Fiquei olhando meio entristecida para todos os vestidinhos de verão que não viram a cara do sol em 2021 – ok, a maioria deles também não saiu do cabide em 2020. Eu não sou uma pessoa solar. Eu não fico contando os meses até chegar junho para poder desnudar pernas e braços e receber toda a vitamina D, bronzeado e alegria de viver que o verão me ofereça; até porque na verdade o que eu recebo é suor, melasma e irritação. Mas essa constatação de vida indo pra gaveta sem ser vivida fez com que eu me sentisse mal. Eu não sei, mas talvez esses dois anos tenham sido preciosos demais para terem sido jogados numa caixa plástica junto com vestidos que ainda cheiram a amaciante. Qualquer percalço de saúde me lembra de que talvez eu não esteja aqui para ver o próximo outono, e esse sentimento de melancolia e ansiedade não está me fazendo bem.

É, parece que a conta do lockdown chegou. E tá caro pra cacete esse boleto.

Então o que a gente faz pra distrair? Boletos de verdade.

Roupas de outono/inverno. Estando bem ou estando mal, não existe nada mais pacificador do que se enrolar em coisas macias e felpudas. Meias novas, camisolas de flanela e pulôveres de lã. E umas velas bonitas que eu obviamente jamais terei coragem de acender – queimo as genéricas da ikea, já que a luz é exatamente a mesma.

Presente pra mim mesma do dia das crianças, rs. Eu não tenho mais impressora em casa – ocupa espaço demais, é feio, a tinta é cara e sempre aparece algum problema de conexão quando você mais precisa. Respectivo tem uma impressora a laser colorida no escritório, e quando preciso imprimir algum arquivo de trabalho mando pra ele. Mas para bobagens de journaling eu resolvi que uma mini printer daria conta do serviço sem que eu precisasse ficar ocupando o tempo dos outros. E assim materializou-se o meu Phomemo. É um dos modelos mais simples, mas eu não precisava de nada além disso. O aparelhinho não usa tinta, funciona exatamente como impressoras de notinha de lojas. A impressão aparentemente dura mais de dez anos até começar a desbotar. E como o futuro é uma incógnita eu topei o desafio, rs. O papel é adesivo e existem versões coloridas, douradas, transparentes, etc. Vamos ver se isso traz de volta o meu ânimo para fazer journals em 2022.

Minha coleção de pins idiotas segue aumentando. As últimas aquisições foram esse redondo do Bowie em sua encarnação Ziggy Stardust na primeira foto e o “everyday is halloween” da segunda. Tenho muitas sacolas de pano, e como mentalmente não saí da adolescência a maioria delas vive coberta de pins. Ou “bottoms” como a gente falava nos anos 80/90 e saía espetando os redondinhos com estampa de maconha, A de anarquista e o prisma do Pink Floyd em todas as mochilas e jaquetas (as mães revoltadas porque estávamos “furando as roupas”). E quando o alfinete enferrujava e manchava tudo? Delícia. You’re only 14 once. Ou, no meu caso, forever – ha.

Eu sempre gostei de comprar perfumes (uso todos os dias, mesmo em casa), mas com os preços atuais eu tive que puxar o freio. Em Jersey tinha desconto de 17% (eles não coletam alguns impostos sobre mercadorias) e de modo geral os preços eram mais amigáveis dez anos atrás. Hoje em dia os perfumes que eu comprava por 30, 50 libras não saem por menos de 100/150. Então não tem mais essa de “comprar pra experimentar”; eu invisto nos perfumes que uso sempre, mas as minhas experimentações ficam restritas a perfume da Zara, Marks & Spencer e no máximo um L’Occitane.

Mas outro dia eu estava na Primark e por curiosidade borrifei esse aí no pulso. E mesmo tendo achado o cheiro esquisito a princípio, ele foi se modificando durante o dia na minha pele e ficando cada vez melhor. À noite eu já tinha sido influenciada e tive que voltar pra comprar. E a fixação é inacreditavelmente boa para um perfume tão barato. É claro que perfume não se recomenda; cheiro é uma coisa pessoalíssima e que reage diferentemente em cada pessoa. Mas eles têm outras opções na mesma linha e vale a pena dar uma chance. O frasco também é luxe – amei essa tampinha de metal escovado.

Não é nenhum Chanel n°5, mas a esse preço não estarei reclamando pois não tenho budget de Marilyn Monroe.

E tem mais Primark. But of course. Essa água micelar é super barata (duas libras por MEIO LITRO de produto) e embora eu evite usar na minha cara (prefiro a da Garnier) ela é ideal para limpar pincéis de maquiagem e remover manchas de base que possam vir parar nas minhas roupas – e quase sempre podem. Esse frasco vai durar uns dois anos.

Já a touca de banho veio substituir uma anterior da Boots, que finalmente rasgou depois de anos de uso. E veio substituir em estilo, amigos; essa é literalmente a drag queen das toucas de banho. Foca nessa simplicidade:

E como eles estão investindo nessa vibe “wellness” eu trouxe esse incenso. Que tem um cheiro ok, nada especial, mas pelo preço está excelente (o mesmo vale para o esmalte, que na verdade é muito bom).

O jardim ainda está desorganizado e eu não consegui plantar os canteiros (isso deveria ter sido feito em setembro/outubro; de agora até a primavera vai estar frio demais para que as plantinhas se estabeleçam a contento). Mas não precisar cortar a grama, nem ser picada por insetos, ou trazer lama pra dentro da casa já é uma vitória.

Ano que vem a gente recomeça os trabalhos. E ano que vem já está logo ali.

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