Friday, May 29, 2015

Postman’s Park

Se você assistiu Closer (Jude Law sendo um babaca, Natalie Portman sendo uma linda, Clive Owen sendo gostoso e Julia Roberts sendo… bem, nada) talvez lembre da cena em que, no dia em que se conhecem em Londres, Dan e Alice entram num pequeno parque com um mural coberto de azulejos inscritos. Se chama Postman’s Park, e tem esse nome porque a sede dos correios ficava nas imediações e os carteiros costumavam almoçar e descansar ali, um cantinho silencioso e tranquilo apesar de estar bem no meio do centro financeiro.

É preciso um pouco de atenção para encontrar, porque a entrada é bem discreta:

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O parque fica geralmente vazio, exceto na hora do almoço onde uns gatos pingados que trabalham e circulam pela área sentam ali para comer seus sanduíches (ingleses quase nunca saem em bando pra comer em restaurantes no meio do expediente). Mas tudo na paz, sem rebu. Sempre que estou pelas redondezas faço o mesmo. O local é tão tranquilinho que acabou entrando num guia de lugares silenciosos na cidade, chamado Quiet London.

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Dentro do parque fica também a entrada da igreja de São Botolfo (melhor nome), que existe no local há “apenas” mil anos, tendo sido demolida e reconstruída depois de sobreviver ao Grande Incêndio de Londres de 1666 - que começou numa padaria na Alameda do Pudim (nome bastante apto, inclusive) e envolveu a cidade em chamas durante três dias.

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Aos domingos há um culto da Church of Scotland e o interior da igreja é bem bonitinho.
E sim, eles dão chá, bolo e biscoito no final. Eu posso ou não ter me aproveitado disso. ;)

A maior parte das igrejas aqui tem seu próprio mini-cemitério incorporado e São Botolfo não é exceção. Um dos motivos pelos quais o parque está um pouco acima do nível da rua é que, ao invés de cavar uma sepultura, os corpos costumavam ser colocados no chão e a terra jogada por cima. Bizarro ou fascinante, depende do ponto de vista.

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Nos fundos do parque encontramos por fim o mural com azulejos inscritos: é o Memorial ao Sacrifício Heróico, uma homenagem a 54 cidadãos comuns que morreram salvando ou tentando salvar outras pessoas.

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É de reviver a fé na humanidade, e também de partir o coração.

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Mãe, eu salvei meu irmão, mas não consegui me salvar.” :(

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Não vou colocar a foto da plaquinha mais famosa, mas se você já viu o filme e/ou não teme spoilers, pode ver todas elas aqui. Existe até um app pra celular com todos os nomes e as histórias de cada pessoa envolvida.

Fica a dica para quem estiver saracoteando pelas imediações da Catedral de Saint Paul e quiser uns minutinhos de tranquilidade. Os jardins são bem cuidados e a arquitetura dos prédios em volta é bem bonita. De vez em quando algum fã do filme aparece e passa uns bons minutos lendo e fotografando o memorial, mas fora isso você só vai estar na companhia dos pássaros e das flores. ♥

E claro, de todo mundo que está enterrado ali, bem aos seus pés.
Brrrrr.

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