Tuesday, October 28, 2014

Dancing at discos, eating cheese on toast

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Depois de dias de desculpas esfarrapadas pra me deixar esperando o caminhão do brechó veio buscar as tralhas que vendemos. A maioria móveis do antigo escritório do Respectivo, mas também a nossa geladeira de Jersey, que estava ocupando espaço na garagem. No momento usamos uma pequena (geladeira em cima, freezer embaixo) que veio com a casa, já embutida nos armários da cozinha. Não é grande, mas serve bem para duas pessoas - até porque nós comemos pouco e nos últimos anos raramente cozinhamos em casa.

Lembro de quando a comprei, nove anos atrás, numa visita a Bristol com a van emprestada do amigo do Respectivo. Fomos com a cunhada, e graças à persuasão dela conseguimos a geladeira pela metade do preço porque era uma devolução de cliente que tinha recebido a cor errada. Ela também conseguiu que a loja nos vendesse um fogão que estava no mostruário. O vendedor tentou explicar que não era possível, mas ela fez o menino “subir para falar com gerente” umas cinco vezes (até se ofereceu pra subir ela mesma e falar com ele pessoalmente), até que o o cara deve ter perdido a paciência “VENDA PRA ELA, DÊ O FOGÃO PRA ELA, FAÇA QUALQUER COISA MAS TIRA ESSA MULHER DAQUI!”. Levamos o fogão por uma ninharia também. :)

A geladeira funcionou muito bem por vários anos, e era legal apertar um botão na porta e tirar água filtrada e geladinha, ou apertar outro botão e tirar gelo (em cubo ou moído, à escolha). Muito prática, mas o freezer vivia sempre vazio porque não costumamos congelar ou estocar comida. E apesar de a nossa cozinha aqui ser grande eu prefiro ter espaço para armazernar coisas do que uma geladeira enorme que vai ficar praticamente vazia.

Mas fiquei meio triste vendo a bicha indo embora, eu e esse meu apego bizarro a coisas. Tchau, Big Fridge, you’ve been a good girl. Espero que vá para uma casa legal e tenha muitos anos de vida servindo a uma família grande que precise de você, com crianças e adolescentes esfomeados abrindo suas portas de 5 em 5 minutos e uma mamãe cozinheira que te encha as prateleiras de tupperware cheios de sopinha e carne congelada e cerveja pro churrasco de domingo e bolos de aniversário. ♥



Prateleiras já tomadas por tralhas de natal desde o final de setembro. Acho terrível que tenham passado por cima do halloween, mas a Inglaterra nunca foi exatamente fã desse feriado - apesar de ele ter se originado aqui. Os americanos importaram e realmente subiram a parada de nível. Aqui, fora umas festinhas domésticas para crianças com copos de papel estampados com caveiras (Asda, 99 centavos o pacote com 10) e meia dúzia de jovens bêbados pela rua “fantasiados” de vampiros e “enfermeiras zumbi sexy”, well… Nada. Não há decoração na frente das casas, não há muitas abóboras esculpidas, tanto que eu desisti da minha pequena tradição (como costumava fazer em Jersey). Até porque, ao contrário de Jersey, aqui se eu puser um jack o'lantern na entrada de casa (e se não puser também) devem aparecer umas crianças batendo na porta pedindo doces - que eu não tenho e não daria se tivesse, ALL YOUR CAKE ARE BELONG TO US! (what?)

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Três semanas desocupando espaço, colocando piso no sótão, arrumando lugar para coisas que estavam guardadas há anos em caixas cheias de aranhas mortas que estão sendo abertas aos poucos. Umas das coisas que achei foram as minhas agendas da adolescência. *insira risadas histéricas*

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O sótão, agora funcional, já está recebendo tralhas (revistas, coleções, enfeites natalinos, lixos com carga emocional que ninguém consegue jogar fora, etc) e a mudança se tornando mais definitiva com cada bagulho que encontra a sua posição definitiva na minha vida.

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Eu curto essas mini tigelas de cerâmica porque foram feitas pelo Respectivo na aulas de pottery, quando ele ainda era um pirralho loirinho de calças curtas.

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Acho que ainda temos mais uma semana de trabalho pela frente.
Depois disso é iniciar o processo de empacotar o jardim, dar um up na temperatura do aquecedor, tirar as luvas da gaveta, trazer os cobertores para o sofá, pensar no que vou comer no Natal e, aos poucos, começar virar a página de 2014.

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