Tuesday, May 06, 2014

In Bruges - Part One


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Parada para abastecer e fazer xixi num posto de gasolina em algum ponto da Bélgica ou Holanda, eu catando pinhas do chão para fazer enfeites de natal. As seis horas e meia de Callais para Hannover passaram bem mais rápido do que as quatro de Hannover para Bruges; minhas costas quebraram, meu traseiro tornou-se quadrado e eu só pensava em dormir porque isso não vinha rolando direito desde que bati na cama do primeiro hotel.

Quase chegando em Bruges o satnav avisou de algum perrengue na estrada e nos redirecionou para uma rota alternativa cruzando a pequena village de Damme, que inclusive é uma graça e voltei pra visitar depois. A estrada era uma lindeza: canal de um lado, campos verdejantes pontilhados de vaquinhas de outro e um corredor de árvores gigantescas às margens. Não consegui uma foto que fizesse jus à beleza, mas fotografar através do vidro de um carro em movimento é só pra ninja.



Chegamos ao destino e não sei se por causa do cansaço e daquele fim de tarde cinzento eu me senti… underwhelmed. De início achei Brugge meio insossa. Não ajudou que o hotel ficava meio afastado do centro, numa rua morta que inclusive estava em obras e em frente a uma igreja enorme onde eu já cheguei a doida do celular fazendo mil fotos que saíram TODAS uma merda por motivos de luz péssima porque o tempo estava nublado. O tempo, aliás, estava FRIO. Levei vários vestidinhos porque acreditei na previsão da meteorologia que anunciava 18 graus e agradeci muito por ter comprado aquela malha grossa em Hannover.







Fomos procurar um lugar pra comer e percebi que a vibe gastronômica de Brugge é meio Paris: bife com fritas, mexilhão com fritas, galete com fritas, crepe com fritas, fritas com fritas. Quarteirões inteiros da mesma coisa. Tédio alimentar beirando à depressão. As variações eram um tal de waterzooi (sopa de galinha?) e um cozido de carne de vaca, ambos supostamente pratos típicos da Bélgica.





Entramos num restaurante APENAS porque tinha lareira - eis a medida do desespero (e do frio). O garçom veio me perguntando se eu era espanhola (what. the. fuck.) e ofereceu o “drink da casa”, que as companhias logo aceitaram e eu fiz cara de “não, obrigada” quando queria dizer “enfia na bunda”. Até parece que eu vou aceitar uma bebida que eu não escolhi e cujo preço desconheço; esse tipo de oferta tem toda a cara de “caça turista otário”. Os tais drinks chegaram e pareciam uma laranjada carnavalesca: tinha um foguetório aceso dentro dos copos que ficou soltando faíscas na mesa e quase chamuscou cabelos. Elri.



Pedi o tal do waterzooi porque frango é frango e você sempre (?) sabe o que esperar. Estava gostoso; uma sopa grossinha simples, com base de gema de ovos e creme de leite. Os pedaços de peito de frango cozidos nesse caldo estavam bem brancos, mas ó: tava bem feitinha, cremosa e pelo que eu vi de fotos de waterzooi na internet podia ter sido bem pior. O resto da galera foi de cozido de vaca, que eu provei e achei bom, mas a carne meio… doce. Não que sabores atípicos me assustem, apenas achei inusitado.

O highlight da refeição, no entanto, foi a “sobremesa”. Pedi só um café, que veio porém acompanhado de biscoitinhos, balas e esse mousse de licor de limão com creme batido por cima. Novamente, quase pedi outro só pra ganhar mais docinho. :)



O bar do hotel estava fechando quando voltamos, mas o moço bacana da recepção topou nos vender cerveja se a gente levasse para beber nos quartos. Carregamos copos e garrafas elevador acima e só devolvemos no dia seguinte.

Quando amanheceu descemos para o café da manhã e foi lá que a minha páscoa efetivamente começou. O salão de café era enorme com uma mesa no centro repleta de baixelas de comida, uma delas transbordando de waffles fresquinhos, ainda quentes e cobertos de açúcar de confeiteiro. Se a viagem não tivesse valido de mais NADA, esses waffles teriam sido o bastante. ♥ I’m in love. ♥ (comi uns cinco)





Saímos em busca da Igreja de Our Lady para ver a escultura de Michelangelo, mas a fila na porta desanimou. A igreja no entanto é linda, com mais de 120 metros de altura sendo a segunda construção de tijolos mais alta do mundo. Um dia (que não seja feriadão de páscoa num país famoso por seus chocolates - ou seja, lotado) eu volto.



Bruges, obviamente é cheia de canais. Me lembrou um pouco Amsterdam, só que mais compacta. :)













Bruges também é cheia de bicicletas. Outra coisa que me fez lembrar Amsterdam. :)









(to be continued…)



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