E o 6 on 6 de hoje (que no meu caso não vai ficar tão interessante como planejado: escuridão de inverno + preguiça de pegar tripé pra fotografar internas), vem mostrar um pouco dos nossos cafofos.
Ok, truth to be said, minha casa já foi mais do que exposta nesse site. Já teve inclusive a sex tape e os nudes vazados e acabou fechando contrato com a BBC para um reality show. Ok, parei. Ela foi comprada em 2013 depois de uma busca meio desesperada por um lugar para chamar de nosso. Alugar entre 2011/2012 me deprimiu um pouco porque, sendo muito ligada ao meu espaço, não poder pintar uma parede ou colocar uma prateleira se torna muito frustrante. No fim das contas eu liguei o dane-se no volume 10 e furei várias paredes, pus prateleiras, e no fim precisei eliminar todos os vestígios disso tudo antes de entregar as chaves. E ainda ouvi reclamações do dono do imóvel - o mesmo que me entregou a casa imunda e com o jardim em forma de selva. Good grief. Never again.
A casa é relativamente grande para padrões londrinos - porque eu moro no subúrbio e não no centro, onde eles tendem a se apertar mais porque o valor dos terrenos e do metro quadrado construído é muito maior. Preferi gastar mais grana de passagem em troca de ter mais espaço e um jardim. Claro, não se trata de uma super casa de campo com dez quartos e cinco salas de estar/jantar, mas é mais do que suficiente para abrigar duas pessoas que acumulam tralhas + 01 gata pequena, porém absurdamente espaçosa. :)
Os planos futuros incluem uma lareira na sala (no momento o nosso boiler está pifado e a temperatura interna equivale à da Sibéria; delightful - not), uma cozinha nova (a atual funciona, mas os anos 80 já ligaram várias vezes pedindo ela de volta), trocar todos os carpetes por pisos de madeira (dios mio, como eu odeio carpetes… principalmente esses, que já herdamos em mau estado), reinventar os banheiros, dar um jeito no jardim e… bem, talvez eu ainda esteja viva quando essa lista de tarefas finalmente estiver 100% done. Ou talvez não.
Talvez fosse mais simples se eu fosse uma dessas pessoas que vêem a própria casa apenas como um lugar para dormir, tomar banho e guardar as roupas. Para elas, desde que tudo esteja funcional então não há nada mais a ser feito. 100% done. É tão mais simples. Elas vivem, convivem e se realizam na rua; a casa é apenas um paradeiro, bricks and mortar, um CEP pra receber as contas. Eu as invejo, às vezes. Por cinco minutos. Mas o fato é que pra mim casa é Casa, e é literalmente onde eu respiro. O lado de fora às vezes é um sacrifício, uma inconveniência e uma frustração. Mas aqui é onde eu posso me livrar do peso das máscaras e escudos protetores, me cercar de quem e do que eu amo e ser eu mesma. Casas assim estão sempre em transformação e jamais 100% done. Ainda bem.
Tem uma palavra nesse idioma da Rainha chamada “pottering”, que o dicionário define como “occupy oneself in a desultory but pleasant way” (se ocupar de atividades sem muito propósito, porém agradáveis). E eu vos digo, existem poucas coisas mais agradáveis para uma criatura homebody como eu do que pôr uma música para tocar, fazer uma xícara de chá e ir vistoriar as suculentas, rearranjar os livros e objetos na prateleira, trazer flores do jardim e pôr num vaso, mudar a cadeira para perto de uma janela com uma vista melhor, admirar as almofadas novas, os quadros na parede, o aroma de uma vela perfumada ou um bolo assando no forno, o pequeno oásis doméstico que aos poucos vai tomando forma e simplesmente ser.
De que outro “propósito” você precisa? :)
Outros lares: Taís - Paula - Rita - Sarah - Alessandra
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