Friday, March 21, 2014

for the times we’ve had I don’t want to be a page in your diary

De vez em quando me encontro perambulando por lugares tão ricos que tenho certeza de que se fuçar as lixeiras vou achar uma Birkin. Ok, não tenho coragem de me enfiar dentro, mas sempre dou uma passada de olhos superficial e em cima de uma delas encontrei esse livro (limpíssimo, aliás… lixo de gente rica é outra coisa):







Não sabia do que se tratava, mas passei a mão e enfiei na bolsa assim mesmo. Parei num café e depois de lavar as mãos com álcool gel fui examinar. A capa, de um azul intenso, é de couro fake com tipografia prateada - mesma cor da lateral das páginas. A introdução dá uma idéia do espírito da coisa:



Querido leitor,

Existem três motivos pelos quais a maioria das pessoas, embora tenha tentado, não consegue manter um diário:

1. Nem todo dia é muito agitado.
2. É preciso bastante disciplina (principalmente em relação ao item 1)
3. Em retrospecto, muitas pessoas consideram o que escreveram embaraçoso.

Você pode usar o Simple Diary:

a) como quiser.
b) quando quiser.
c) onde estiver.
d) de forma aleatória ou em sequência.
e) escrevendo seus pensamentos ou deixando em branco.
f) lendo uma página ou quantas quiser.
g) e deixando de lado por algum tempo.
h) como um assistente para qualquer ocasião na vida.

Espero que você encontre um amigo de verdade, um bom lugar ou alguma sabedoria através desse livro. Isso me faria feliz.

Boa sorte, e obrigada pelo seu tempo. Ele é todo seu.

É uma espécie de diário, só que com prompts criativos para responder e onde você não precisa escrever muito. Cada dia começa com uma questão de múltipla escolha (“como foi o seu dia?” seguida de três alternativas variadas + um breve espaço para explicar o motivo da escolha), perguntas reflexivas, pequenas listas, etc. Uma espécie de “diário para preguiçosos que não têm saco/tempo/talento para manter um”.

A primeira página já havia sido preenchida há quase cinco anos, em caligrafia quase ininteligível, pelo dono original:



Me pergunto o que terá acontecido a essa pessoa. Por que não escreveu mais no diário, por que jogou fora… Se por acaso se arrependeu de ter jogado fora ou se alguém jogou fora por ela. Se ainda está viva, ou se alguém se livrou desse diário por ser uma lembrança dolorosa de alguém que não está mais aqui.

Vou deixá-la como está, como um souvenir do acaso.

Acredito que a idéia não seja usar todos os dias, do contrário o diário acabaria rapidinho; não sei quantas páginas são, mas não são muitas porque são grossas. Depois das duas páginas de experimentação que fiz, vou guardá-lo para dias “especiais” - ou não tão especiais, mas onde eu queira expressar algum sentimento - de forma críptica e para mim mesma. E talvez compartilhe algumas por aqui. :)



O autor, Philipp Keel.

Descobri que existem outras edições do diário, em cores de bala. Como eu sou uma ratazana de papelaria e curti a idéia, já coloquei na minha wishlist. Se alguém quiser me dar um presente barato e muito bem recebido, taí a idéia. ;)

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