Ela vinha rindo me contar que tinha se cortado porque mordeu a língua ao mascar chiclete.
Perguntou se dava pra acreditar e ria, puxando a manga da blusa e mostrando os cortes de gilete cruzando os braços esqueléticos de um lado a outro, cortando caminho em volta das picadas de agulha. Eu respondia que a emenda tinha ficado pior do que o soneto e ela não entendia o ditado, falava “não entendi a piada, conta outra” e ria sem parar enquanto a cerveja esquentava no copo e a gordura congelava em volta das fatias grossas de linguiça que ela não ia mesmo comer.
Era verão, mas as mangas da sua blusa eram sempre longas.
Perguntou se dava pra acreditar e ria, puxando a manga da blusa e mostrando os cortes de gilete cruzando os braços esqueléticos de um lado a outro, cortando caminho em volta das picadas de agulha. Eu respondia que a emenda tinha ficado pior do que o soneto e ela não entendia o ditado, falava “não entendi a piada, conta outra” e ria sem parar enquanto a cerveja esquentava no copo e a gordura congelava em volta das fatias grossas de linguiça que ela não ia mesmo comer.
Era verão, mas as mangas da sua blusa eram sempre longas.
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