Hoje pela manhã encontrei por aí um post sobre castanhas que me fez pensar no meu pai.
Castanhas sempre me lembram dele. Todo natal ele trazia do supermercado para casa um saco enorme daquelas coisas duras feito pedregulhos, para assar no forno. Eu nunca gostei muito delas; o sabor rico e a textura amanteigada me enjoavam, então meu pai era deliciosamente "forçado" a dar cabo de tudo. Eu não me importava e na verdade até evitava comê-las para que sobrassem para ele. Me divertia vê-lo feliz da vida sentado na sua poltrona predileta, a tigela quente de castanhas assadas repousando no colo.
Depois que minha mãe saiu de casa (e eu também, meses depois), meu pai nunca mais comprou castanhas. Não era apenas a comida; era o ritual familiar, e talvez ele não visse mais sentido em se dar ao trabalho, estando sozinho. Fico triste quando penso nisso. Anos se passaram e acabei vindo parar num país onde nem é preciso ir ao supermercado para comprar castanhas; elas caem das árvores no meio da rua e acabam esmagadas por carros ou cavalos se não forem recolhidas. Tenho algumas árvores no meu quintal e, quando chega a época certa do ano, elas salpicam castanhas pelo chão.
Todos os anos eu me lembro do meu pai na época das castanhas.
Hoje ele vai passar por uma pequena cirurgia. Nada dramático, mas sempre uma preocupação quando se passa dos 70. Estamos planejando trazê-los (minha mãe também) aqui no fim do ano, para que possam saber como é o Natal num lugar onde todas aquelas decorações invernais, incluindo renas e flocos de neve, fazem algum sentido (não fazem nenhum num país onde a temperatura média frequentemente ultrapassa 40 graus em Dezembro).
E, pai. Fique bom logo. Mais uma vez, como antes, eu vou guardar todas as castanhas para você.
Castanhas sempre me lembram dele. Todo natal ele trazia do supermercado para casa um saco enorme daquelas coisas duras feito pedregulhos, para assar no forno. Eu nunca gostei muito delas; o sabor rico e a textura amanteigada me enjoavam, então meu pai era deliciosamente "forçado" a dar cabo de tudo. Eu não me importava e na verdade até evitava comê-las para que sobrassem para ele. Me divertia vê-lo feliz da vida sentado na sua poltrona predileta, a tigela quente de castanhas assadas repousando no colo.
Depois que minha mãe saiu de casa (e eu também, meses depois), meu pai nunca mais comprou castanhas. Não era apenas a comida; era o ritual familiar, e talvez ele não visse mais sentido em se dar ao trabalho, estando sozinho. Fico triste quando penso nisso. Anos se passaram e acabei vindo parar num país onde nem é preciso ir ao supermercado para comprar castanhas; elas caem das árvores no meio da rua e acabam esmagadas por carros ou cavalos se não forem recolhidas. Tenho algumas árvores no meu quintal e, quando chega a época certa do ano, elas salpicam castanhas pelo chão.
Todos os anos eu me lembro do meu pai na época das castanhas.
Hoje ele vai passar por uma pequena cirurgia. Nada dramático, mas sempre uma preocupação quando se passa dos 70. Estamos planejando trazê-los (minha mãe também) aqui no fim do ano, para que possam saber como é o Natal num lugar onde todas aquelas decorações invernais, incluindo renas e flocos de neve, fazem algum sentido (não fazem nenhum num país onde a temperatura média frequentemente ultrapassa 40 graus em Dezembro).
E, pai. Fique bom logo. Mais uma vez, como antes, eu vou guardar todas as castanhas para você.
Oi Lolla
ReplyDeleteSou Adriana do Brasil e sempre leio seu blog
Tbm tenho um post sobre castanhas portuguesas que tbm me fazem lembrar meu pai na época do natal ele tbm amava essa castanha e sempre comprava, fazia tempo que não encontrava ai um dia fui no mercado e comprei e na hora pude voltar ao passado e relembrar momentos que nunca mais vão se repetir junto com meu pai.
Ele se foi há 5 anos e o que me chamou a atenção no seu texto é que ele esta muito parecido com o meu. Legal né!! um grande beijo
vou deixar aqui meu email caso queira me escrever
dridrimachado1@hotmail.com