Monday, July 07, 2003

By our blindness and stupidity we kill everything.

Não nasci pra viver com os outros.
Nem contra os outros. Nem a favor dos outros.
Nasci pra viver apesar dos outros.
E isso às vezes é muito, muito difícil.

A garota lá no trabalho perguntando por que é que eu marco as peças já liberadas antes de arrumá-las no carrinho de saída. Eu tenho vontade de responder “isso se chama organização e eficiência”, mas como sei que ela talvez lhes desconheça o significado das palavras prefiro bancar a retardada e fingir ser sdidática.

Por que eu parei de falar do meu trabalho? Porque lá meu micro está em rede, porque não sei se terceiros acompanham meus posts e porque há pouco o que se falar. Só uma observação digna de nota: não há nada mais nocivo para mentes saudáveis (ou que pretendam assim tornar-se) do que “ambiente de trabalho”.

Gente que se vê todo santo dia. Gente com perspectivas decepcionantes. Gente que, para não pirar por conta do stress e das atividades maçantes e repetitivas, desenvolve passatempos como 1) observar a vida do outro; 2) dar palpite na vida do outro; 3) falar mal da vida do outro e, apesar disso tudo, 4) fingir ser amigo do outro. O “ambiente de trabalho” vem a ser o lugar onde se passa tempo demais da existência. Por isso o ser humano costuma namorar pessoas do trabalho, sair com pessoas do trabalho, fofocar com/sobre pessoas do trabalho, ser amigo/inimigo de pessoas do trabalho… Isso não é bom. Isso não faz bem. Isso fecha horizontes, transforma cérebros em uva-passa e todo mundo fica meio amargo, meio fofoqueiro, meio intrometido, meio afeito a picuinhas, meio infeliz.

Eu preciso de uma justa causa.

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