Monday, June 02, 2003

Now and forever.

Pois é. Fiz aniversário de namoro há menos de um mês, e a crise já caiu matando.

Ele estréia comportamentos/atitudes das quais não gosto. Não que máscaras estejam caindo; nada de novo no front. Acho que fez mal aquela proximidade excessiva depois da morte do meu padrasto, o fato de ele ter passado a frequentar minha casa e eu ter deixado de frequentar a dele. A casa dele tinha menos recursos do que a minha, não tínhamos dinheiro e acabávamos tendo que passar o dia vendo TV e comendo pipoca. A diferença é que isso era LEGAL, e agora já não sei se seria bastante. E acho que não é de hoje que venho me sentindo propensa a deixar tudo virar pó.

Não sei se posso diagnosticar as causas. Eu o sinto distante, eu me distancio. Não vamos terminar isso nunca, é verdade. Comodismo, preguiça e a certeza de que, apesar do tédio eventual, somos a melhor coisa que podemos ter. Eu buscava um cara relativamente inteligente (ele é), com algum grau de charme (ele tem) e que fosse meio irreverente/misantropo como eu (ele é/é). Ou seja, eu deveria estar no paraíso. E estive. E de certa forma ainda estou. Quando olho para os namorados estúpidos/sujos/violentos das minhas “amigas” me sinto uma das 144 mil ungidas de jeová, a escolhida para ter alguém mais ou menos especial. Só que, por favor - não desça do pedestal, não vire mais um. E não se supervalorize tanto - fica chato, bobo, e eu começo a te ver como mais um babaca, coisa que você não é. (não era?)

Não estou te pedindo pra não quebrar o encanto. Esse encanto tinha mesmo que se quebrar, pois nenhum relacionamento adulto sobrevive na base do encantamento. Só quero que você mantenha o padrão. Quero que você não banque o idiota com tanta frequência, quero me enervar menos com a sua tendência de se atirar de cabeça em idéias estúpidas e de depender delas - ferrando a sua vida e a minha, por tabela, quando eles dão em nada.

A gente estava feliz. A gente saía pra beber, pra comer coisinhas gostosas, ríamos dos lugares, das pessoas e até da nossa situação. É pouco a se almejar, eu sei. Mas isso não quer dizer que o mundo deva nos estender tapetes. O mundo PUXA tapetes. Se pudermos seguir adiante sem eles, ótimo. Mas se não, a gente pode simplesmente sentar no chão e comer uma pipoca. Eu topo todas, estou na vida a passeio mesmo, e que se danem as “grandes realizações” que eu não vou realizar. Não nasci pra escrever meu nome na história. Nasci para ter uma história. E isso basta.

São alguns anos já. Toneladas de lembranças, algumas até materiais, que serão literalmente atiradas no lixão comunitário da cidade, se tudo morrer. Antes eu achava que era um pecado a gente se perder. Hoje, acho que pecado maior é não se perder já estando perdidos.

Se você estender a mão, mesmo no escuro, eu prometo que a encontro e não solto mais.

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