Uma das coisas que percebi enquanto dava uma olhada marota em imóveis no Rio de Janeiro (não, não estou de mudança, mas não custa investigar o mercado) foram as diferenças assustadoras na decoração das casas e na hierarquia dos cômodos entre o Brasil e a Europa. Folheando revistas de decoração européias, a gente percebe o quanto as cozinhas são importantes. Tendem a ser grandes, espaçosas, coloridas, tão ou mais bem decoradas do que o resto da casa. Algumas têm até lareiras ou agas, que é para ficarem bem quentinhas no inverno - e é em torno delas que a família se reúne para fazer as refeições, tomar um café, conversar, ler... O verdadeiro coração da casa.
No Brasil, a cozinha é, na maioria das vezes, um cubículo sem graça enfiado em algum canto do apartamento. Porque no nosso país cozinhas são domínio das serviçais, a beleza e o conforto do ambiente não interessam; afinal, a madame não vai passar nem perto e os filhos adolescentes talvez entrem somente para saquear a geladeira num momento de larica hormonal. A tríade pia-fogão-geladeira é vista como mais do que adequada, juntamente com alguns armários insossos pregados pela parede. Se a cozinha tiver acesso direto ao quartinho de serviço (onde a escrava vai se espremer quando finalmente chegar a hora de dormir) e uma mesinha com cadeiras onde ela vai fazer suas refeições separada da família, ainda melhor.
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