Então as olimpíadas acabaram e eu não vi nada. Quer dizer, assisti 30 segundos de ginástica artística porque me mandaram o link no youtube. Mas cancelei no meio e dei uma busca por Nadia Comaneci, porque aquela sim.
Só hoje fiquei sabendo a colocação do Brasil nas olimpíadas - de novo, porque li alguém comentar no Twitter. Não acho ruim, nem bom. Não acho nada. O valor de um país não pode ser medido por um punhado de pingentes redondos, e também não acho que a delegação brasileira mereça ser avacalhada por não ter voltado pra casa com excesso de bagagem. Patriotismo feito de expectativas infladas não me emociona. Dito isso, achei interessante o bom desempenho da Inglaterra, do qual fiquei sabendo porque, well, eu leio jornais.
Whatever. O que me diverte é que, mesmo tendo estado em terceiro lugar no quadro geral de medalhas, o cidadão inglês médio literalmente caga para os jogos. Cheguei a perguntar para dois ou três qual era a opinião a respeito do sucesso da delegação britânica (porque "Team GB" my powdered arse, seriously). Nenhum tinha opinião formada. Um deles sequer sabia que a Inglaterra havia ganho qualquer medalha. E Londres sedia os próximos jogos, o que não deixa de ser engraçado.
Nunca tive muito saco pra torcedores de ocasião - gente que não tá nem aí pra esportes, mas vira profundo conhecedor das regras do badminton de quatro em quatro anos. Não condeno quem se divirta, mas a mim cheira a "lavagem cerebral da rede globo". Me pergunto quantas pessoas estariam realmente interessadas nos jogos se eles não fossem televisionados e se a globo não veiculasse musiquinhas, jingles e aberturas comemorativas a cada pausa para comerciais. Enfim, aqui eu me sinto mais confortável para fazer como sempre fiz e não dar a mínima. Porque não corro o risco de encontrar ninguém me perguntando o que achei da disputa de nado sincronizado, tênis de mesa, esgrima ou tiro. Ingleses não gostam de esportes; só de chutar bola e beber cerveja quente. Arremesso de peso é e continuará sendo um conceito quase abstrato. Mesmo depois de 2012.
Aniversário do British Boy, comemorado com chinese takeaway, bolo de supermercado (ninguém estava a fim de assar nada) e uma visita à exposição de trens de brinquedo em Saint Peter. Na sexta fui ao Club Live Lounge (clubes com nomes cafonas/clichê abundam por essas paragens) com a Júlia e seu ficante em potencial, um egípcio que não sabia dançar mas pagava rounds e mais rounds de cerveja pra todo mundo e fornecia spice - que a Júlia acha que é droga, mas não passa de incenso fumável - gratuitamente para as moças bonitas. Sobre esse "moças bonitas", só tenho a dizer que, well, ainda bem que eu não fumo.
Chegamos no clube a bordo de um Skoda Felicia caindo aos pedaços e, só de lembrar que cruzei a cidade dentro de um carro com as janelas abertas (porque elas não fechavam) e música árabe bombando no último volume eu sinto vontade de beber uma garrafa inteira de vodka. O clube é até interessante. Fora eu, Julia e o egípcio, somente umas doze pessoas - dez das quais eram homens que não dançavam e ficavam de pé nas margens da pista, cerveja na mão, devorando com os olhos as duas únicas moças disponíveis (a Júlia pulando enlouquecida e uma menina vestida de calça cargo e top com estampa de camuflagem, aparentemente drogada e dançando feito clubber). As músicas iam de 4 Minutes da Madonna à Lambada do Kaoma com batida techno de fundo, e um DJ português da ilha da Madeira forçando sotaque carioca: "e aíah, galéra do brasiu".
Sem precisar usar palavras o egípcio deixou bem claro pra mim, já no começo da noite, que sua expectativa era comer a Júlia (aquelas cervejas não iam sair de graça, after all) e que eu só estava atrapalhando. Se ofereceu para me deixar em casa, mas eu rapidamente me lembrei do Skoda e da música árabe e declinei educadamente. Me enfiei no banheiro, onde dois travestis falavam sobre anticoncepcionais (?) e liguei para o respectivo pedindo que ele viesse me tirar dali porque, claro, eu só tinha três libras na carteira (como sempre) e taxista não aceita cartão de débito.
Antes disso tudo rolou toda uma sessão de fotos na casa de Julia Starr (don't ask) e eu fui terminantemente proibida de postar as fotos aqui. Eu até pretendia, porque tava engraçado e tal, mas contém nudez e vocês vão desculpando.
Amanhã pego o barco das onze. Quatro horas enjoando e vomitando até Poole. Não contem com posts até o começo do próximo mês porque eu não quero levar o laptop e em Devon não existem lan houses - apenas vacas e salões de chá cheios de velhinhas de 380 anos lanchando cream teas. Nada é impossível, but don't hold your breath.
Só hoje fiquei sabendo a colocação do Brasil nas olimpíadas - de novo, porque li alguém comentar no Twitter. Não acho ruim, nem bom. Não acho nada. O valor de um país não pode ser medido por um punhado de pingentes redondos, e também não acho que a delegação brasileira mereça ser avacalhada por não ter voltado pra casa com excesso de bagagem. Patriotismo feito de expectativas infladas não me emociona. Dito isso, achei interessante o bom desempenho da Inglaterra, do qual fiquei sabendo porque, well, eu leio jornais.
Whatever. O que me diverte é que, mesmo tendo estado em terceiro lugar no quadro geral de medalhas, o cidadão inglês médio literalmente caga para os jogos. Cheguei a perguntar para dois ou três qual era a opinião a respeito do sucesso da delegação britânica (porque "Team GB" my powdered arse, seriously). Nenhum tinha opinião formada. Um deles sequer sabia que a Inglaterra havia ganho qualquer medalha. E Londres sedia os próximos jogos, o que não deixa de ser engraçado.
Nunca tive muito saco pra torcedores de ocasião - gente que não tá nem aí pra esportes, mas vira profundo conhecedor das regras do badminton de quatro em quatro anos. Não condeno quem se divirta, mas a mim cheira a "lavagem cerebral da rede globo". Me pergunto quantas pessoas estariam realmente interessadas nos jogos se eles não fossem televisionados e se a globo não veiculasse musiquinhas, jingles e aberturas comemorativas a cada pausa para comerciais. Enfim, aqui eu me sinto mais confortável para fazer como sempre fiz e não dar a mínima. Porque não corro o risco de encontrar ninguém me perguntando o que achei da disputa de nado sincronizado, tênis de mesa, esgrima ou tiro. Ingleses não gostam de esportes; só de chutar bola e beber cerveja quente. Arremesso de peso é e continuará sendo um conceito quase abstrato. Mesmo depois de 2012.
Aniversário do British Boy, comemorado com chinese takeaway, bolo de supermercado (ninguém estava a fim de assar nada) e uma visita à exposição de trens de brinquedo em Saint Peter. Na sexta fui ao Club Live Lounge (clubes com nomes cafonas/clichê abundam por essas paragens) com a Júlia e seu ficante em potencial, um egípcio que não sabia dançar mas pagava rounds e mais rounds de cerveja pra todo mundo e fornecia spice - que a Júlia acha que é droga, mas não passa de incenso fumável - gratuitamente para as moças bonitas. Sobre esse "moças bonitas", só tenho a dizer que, well, ainda bem que eu não fumo.
Chegamos no clube a bordo de um Skoda Felicia caindo aos pedaços e, só de lembrar que cruzei a cidade dentro de um carro com as janelas abertas (porque elas não fechavam) e música árabe bombando no último volume eu sinto vontade de beber uma garrafa inteira de vodka. O clube é até interessante. Fora eu, Julia e o egípcio, somente umas doze pessoas - dez das quais eram homens que não dançavam e ficavam de pé nas margens da pista, cerveja na mão, devorando com os olhos as duas únicas moças disponíveis (a Júlia pulando enlouquecida e uma menina vestida de calça cargo e top com estampa de camuflagem, aparentemente drogada e dançando feito clubber). As músicas iam de 4 Minutes da Madonna à Lambada do Kaoma com batida techno de fundo, e um DJ português da ilha da Madeira forçando sotaque carioca: "e aíah, galéra do brasiu".
Sem precisar usar palavras o egípcio deixou bem claro pra mim, já no começo da noite, que sua expectativa era comer a Júlia (aquelas cervejas não iam sair de graça, after all) e que eu só estava atrapalhando. Se ofereceu para me deixar em casa, mas eu rapidamente me lembrei do Skoda e da música árabe e declinei educadamente. Me enfiei no banheiro, onde dois travestis falavam sobre anticoncepcionais (?) e liguei para o respectivo pedindo que ele viesse me tirar dali porque, claro, eu só tinha três libras na carteira (como sempre) e taxista não aceita cartão de débito.
Antes disso tudo rolou toda uma sessão de fotos na casa de Julia Starr (don't ask) e eu fui terminantemente proibida de postar as fotos aqui. Eu até pretendia, porque tava engraçado e tal, mas contém nudez e vocês vão desculpando.
Amanhã pego o barco das onze. Quatro horas enjoando e vomitando até Poole. Não contem com posts até o começo do próximo mês porque eu não quero levar o laptop e em Devon não existem lan houses - apenas vacas e salões de chá cheios de velhinhas de 380 anos lanchando cream teas. Nada é impossível, but don't hold your breath.
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